quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A "velha Ana"

E hoje quase morri de saudade da "velha Ana", aquela a quem os amigos chamavam quando eu, a Ana, não estava afim de sair num sábado a noite. "Só estou cansada, afim de ficar em casa hoje!" [provavelmente já tinha saído nas três noites anteriores]. "Ah, cadê a velha Ana?", respondiam, de pronto. Mas era só por uma noite, e logo a velha Ana já estava de volta.

Isso faz muito tempo, e nem dá pra dizer que foi quando vim para São Paulo. A velha Ana já tinha me deixado muito antes... E como sinto falta dela! Em certos momentos chego a odiar sua ausência. Como agora.

Como no dia em que percebi que havia esquecido das minhas maquiagens, esmaltes e chapinhas, salto-alto e tudo o mais. Esqueci das músicas e filmes de que eu gostava e esqueci até de gostar de mim. E quando acho que tudo está voltando a se encaixar, vem o mundo pra me provar que a velha Ana simplesmente acabou. E a nova, não sabe de nada.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Breve retrospectiva

Depois de tanto tempo sem postar, um único assunto me vem à cabeça: nessa semana que passou fiz dois anos de São Paulo (dia 17, para ser mais exata). Não sou muito adepta dessas contagens, mas percebi que todo mundo que vem de fora faz isso depois de um certo tempo. Algo como: onde estou, onde ainda vou chegar. Uma redefinição de metas, um alinhamento de rumo. Então tá.

Levei um certo tempo para me adaptar e, olhando daqui, acho que justamente porque sempre me achei "pré-adaptada". Me apoiei em quem não tinha condições de me dar apoio, confiei em pessoas erradas e perdi tempo, muito tempo, coisa da qual não podia ter descuidado nunca. Mas tudo é aprendizado.

Observando de outro ângulo (aquele cor-de-rosa com florzinhas e chocolate), encontrei carinho e colo em pessoas que eu jamais imaginaria -e como seria adorável descrever cada um desses momentos aqui. Das pessoas que eu já esperava, tenho encontrado cada vez mais amor. Meu único medo é nunca poder retribuir à altura.

Chorei de saudade, de alegria,tristeza, emoção, desilusão. Não sei qual dor foi maior, e sei que não foram as últimas, nem as maiores. Ainda bem.

Se estou no meu lugar? Ainda não sei, muitas vezes acho que não mesmo. Mas tudo indica que estou no caminho certo. Onde vou chegar? Conversaremos nos posts seguintes.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Histórias de cada um

Era mãe de três meninas, a mais nova já saindo da adolescência. Acreditava que agora viriam os netos e que a única relação que teria com crianças seria a de avó. Pensou cedo demais.

Logo que veio a terceira, desistiu de ter outros filhos -achou que esse era um número bom. Mas não. Teve mais uma, e em suas palavras: “como o Papai do Céu não podia te colocar na minha barriga, colocou em outra e deu um jeito de você chegar até mim”.

Quando o bebê veio pela primeira vez, tinha 40 dias de vida, e era uma situação provisória, só enquanto sua “mãe” trabalhava. Chegava de manhã, ia embora no final da tarde. Certa vez, a “mãe” teve um problema e a deixou de um dia pro outro. E teve sucessivos problemas até que passou a deixar a menina no domingo a noite pra buscar no sábado pela manhã. E assim foi por meses.

Até que um dia, como toda criança saudável, ela começou a falar. Pelo exemplo que tinha das três irmãs, aqueles dois adultos que cuidavam dela eram o pai e a mãe -e foi assim que começou a chamá-los. A “mãe” pareceu não se importar.

Certa vez a "mãe" apareceu dizendo que tinha arrumado uma vaga numa creche e ia levar o bebê para morar com ela. A família toda ficou desesperada, mas sem ter o que fazer, afinal, ela era a “mãe” e tinha esse direito. Então a situação se inverteu. Passava a semana com a “mãe” e vinha ver a mãe nos finais de semana.

Era muito pouco para todo o amor que tinham criado. O clima naquela casa não era mais o mesmo, faltava uma vida ali, alguém que já fazia parte. E podia acontecer de nunca mais a verem, afinal, não havia grau de parentesco nenhum. Podiam sumir no mundo e nunca mais dar notícias.

Mas não. Pouco tempo depois, aparece a “mãe” com o bebê no colo. Foi “devolver”, como alguém que pega uma boneca emprestada e se cansa de brincar. E devolveu vida praquela família que tanto a amava e que tanto a queria.

Quando resolveram se mudar para longe, a “mãe” simplesmente assinou um termo de guarda para a mãe. Nunca quis dar a adoção, por motivos odiáveis que não cabe aqui falar. Mas hoje ela já está grande e é a razão de viver de todos naquela casa. Inclusive da sobrinha, que chegou depois. Mas ela é assunto para outro post.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

De volta

Já estou de volta a São Paulo. Vim com dor no coração, uma saudade antecipada, mas apesar de adorar Campo Grande, sinto como se já não fosse mais o meu lugar. Também não posso dizer que São Paulo seja minha casa, mas sei que um dia ainda vou encontrar meu canto -e para isso, não posso parar de procurar.

Em primeiro lugar, preciso de um plano, me disseram. "Faça tudo 'de propósito'. Cada escolha, cada fala, cada pensamento, cada ação." (E parece que eu tenho um novo amigo...) Gostaria que fosse tão simples como parece, embora eu saiba que ele entende do que está falando.

Estar aqui é uma escolha minha, e por mais sofrido que seja, e por mais que eu realmente esteja triste nesses primeiros dias depois de voltar, acredito que estou fazendo a coisa certa. E além de tudo, não estou sozinha. Tenho aqui (de perto e de longe) todo o carinho e apoio de que preciso. E mais...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Distâncias

Podia ser que de um pulinho a gente chegasse a qualquer lugar e pudesse estar perto de quem se ama. Hoje estou me sentindo uma criança que não entende porque não dá para passar o fim de semana na casa da avó que mora a “apenas” centenas de quilômetros de casa.

Não é só pelo dilema de estar ainda em Campo Grande –querendo ficar por mais uns dias– quando precisava já estar de volta a São Paulo. É também, e mais, porque hoje eu precisava muito dar um abraço em alguém que está a oceanos daqui, com desejos de feliz aniversário e garantias de que tudo vai ficar bem.

Tem tanta gente que eu desejo ter por perto que nem dá para nomear. E para poder ficar perto de uns, fico longe de outros. Distâncias são mesmo impossíveis. Quero todo mundo ao meu redor, junto. E ao mesmo tempo, quero o mundo.

sábado, 2 de maio de 2009

Embora

Desde pequena sempre mudei muito de cidade. Uma média de três a quatro anos em cada uma delas, acredito eu. Fato é que acabei me adaptando a essas mudanças. Quando criança, era sempre sinônimo de sofrimento. Deixar os amiguinhos, as tias da escola para trás e ainda ter que me adaptar a toda uma nova situação depois. Ainda me lembro da sensação de chegar a cada nova cidade. Era aterrorizante e ao mesmo tempo cheia de expectativa. Não consigo dizer se era boa ou ruim, só que era muito forte.

Fato é que me acostumei, e depois de muito tempo, passei até a gostar -o que não quer dizer que eu não sofresse mesmo assim. A única solução que encontrei: não me apegar tanto aos lugares, e menos ainda às pessoas. Eu só não imaginava o que esse tipo de atitude me traria de problemas no futuro.

Tenho esse meu jeito um tanto distante, de quem nunca vai se fixar a ninguém ou a lugar algum,o que faz com que as pessoas se afastem de mim, ou nem tentem se aproximar. E por mais que eu tente mudar isso, não consigo. Provavelmente porque quando penso que vou ter sucesso, volto a sofrer. Sempre mais do mesmo. Uma vez um amigo disse que tinha a sensação de que "estou sempre indo embora” e apesar de ter dado risada quando ele falou, é a definição mais perfeita que já tive. [Até porque depois de amanhã vou embora mais uma vez...]

E tudo isso acaba sendo uma alternativa à pergunta do post anterior.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Diálogo ébrio

Saí para tomar um vinho e conversar dia desses, até que ouço:

Por que vc nunca se casou? [hey, isso é pergunta que se faça?]
E respondo: pq nunca achei alguém q valesse a pena. [sincera]
Devolvo: E vc? [Né?]
Recebo de volta: pq nunca achei a pessoa certa. [Ok...]

É, acho que tenho um novo amigo -ou talvez só tenha bebido um pouquinho além da conta...

domingo, 26 de abril de 2009

Meus últimos dias em CG

Da última vez que vim para cá quase não saí de casa, a fim de evitar confusão. Como não tenho mais esse tipo de problema, me joguei na "náite" de Campo Grande. Exagero, não foi bem assim, mas também não posso dizer que não curti demais.

Logo de cara, fui conhecer o já famoso (ha-ha) bar da Grazi, próximo à UFMS, que fica bem na frente do antigo Escobar. Com o mesmo estilo "boteco universitário", oferece cerveja Heineken a R$ 2,50. Discutimos por horas os motivos dela conseguir um preço tão bom, sem chegarmos a uma conclusão sensata (ou alguma que pudesse ser publicada). E para a noite lá ser completa, só vale se for acompanhada das singelas canções "aniversário do Taiada" e "do outro lado da cidade". Lembre-se de protejer o cofrinho, principalmente na hora das fotos.

Fui também ao bar Bodega, na principal avenida da cidade (eu ia escrever "uma das principais", mas não é o caso). Ele tem mesinhas na calçada, então, para poder usar o banheiro, eles colocam no braço das pessoas uma daquelas pulseirinhas para identificar quem está no camarote nas danceterias. Mas neste caso, serve mesmo é para mostrar a todo mundo se você já foi ao banheiro naquela noite ou não.

Dá para resolver isso facilmente sentando na mesinhas de dentro, mas as de fora são mais interessantes. Entre outras coisas, porque dá pra paquerar tanto quem está no bar quanto quem está na rua -e eventualmente alguém que esteja na mesma mesa que você.

Outro lugar que tive que conhecer foi o Barbaquá. Como era uma sexta-feira, tinha samba e tals, num ambiente bem gostoso. Tem também o Lola, que já existia quando eu morava aqui, mas que na época nem me animei a conhecer. Conheci desta vez e vi que não perdi muita coisa. Dos "antigos", fui ao 21, ao Mercearia e ao Fly.

Na sessão "fome da madrugada", o Carlinhos Lanches, um trailer antes indispensável, decepcionou. O x-salada que antes era vistoso e muito bom, estava com o pão ressecado, o alface mirradinho e o hambúrguer passado do ponto de fritura (sim, quase queimado). Só matei a vontade de um bom x-salada uma semana depois, no Narizinho Lanches, que ainda tem a vantagem de ser perto de casa (oops, da casa da minha mãe).

Também teve blues/rock regional na concha acústica do Parque dos Poderes, os churrascos na casa dos amigos e as feiras noturnas durante a semana, com direito a crepe, pastel e tubaína. Já estou cansando de ficar aqui, mas também não posso dizer que não vou morrer de saudades.

E pra quem quiser comemorar: "Hoje é aniversário do Taiada! Palma pro Taiada! Palma pro Taiada!".

Aqui e lá

Assim como vim de última hora para Campo Grande, agora não consigo ir embora. A data já estava certa, mas, mais uma vez não resisti a apelos pedindo para que eu ficasse. Teve banda na rua, faixas espalhadas por toda a cidade, pedidos de autoridades. Tá, nada disso. Só pessoas que amo me olhando com aquele "olhar do gato do Shrek" -acho que todo mundo sabe do que estou falando. E que isso não é pouca coisa.

Já aproveitei bastante minha passagem por aqui. Não fiz tudo o que pretendia, mas vi muita gente querida, dei muita risada, passeei demais, conheci gente nova que adorei. Enfim, matei saudades mesmo -e também criei outras novas que sentirei demais.

E apesar de adorar essa cidade e amar as pessoas que tenho aqui, sinto que não é mais o meu lugar. Até gostaria de ficar, mas não dá mais. E já começo a sentir saudades de lá...

domingo, 12 de abril de 2009

Justificativa de ausência

Estou eu novamente em Campo Grande. Vim de última hora, de surpresa -e foi uma delícia. Tudo bem que vim de ônibus e a viagem que já seria longa acabou durando o dobro do tempo, mas isso é assunto pra outro post.

Fato é que hoje já deveria estar voltando, mas resolvi ficar por mais uns dias. Como no ano passado, quando vim para ficar uma semana e só voltei depois de um mês. Desta vez não me demorarei tanto, mas de qualquer forma já passei do tempo previsto.

É difícil, sinto uma falta imensa de (quase) todos. Família, amigos, lugares. Não sei se um dia voltaria a morar aqui, mas definitivamente adoro essa cidade e (quase) tudo o que deixei nela. Confesso que algumas vezes tenho vontade de fazer ao menos uma tentativa. Mas seria desistir de muita coisa -e não vou fazer isso. Ao menos, não agora.

Pra quem reclamou (de lá e daqui) que não avisei com antecedência: decidi vir mesmo quando faltavam apenas duas horas para o ônibus partir. Ou seja, mal tive tempo para arrumar as malas, quanto mais ficar avisando um e outro.

Pra quem sentiu falta dos meus textos esses dias todos: sempre que me sentava aqui para escrever, acontecia algo como alguém em casa querendo me ver ou me chamando para sair. E eu cedi a todas, lógico.

Comecei alguns posts e deletei porque estavam pela metade e perderam a graça. Este aqui, por exemplo, começou a ser escrito hoje pela manhã. Depois de algumas interrupções (das quais não reclamo nem um pouco) acho que finalmente está terminado. Ou não.

domingo, 5 de abril de 2009

Sem censura

E agora os comentários aqui estão liberados! Nada mais de aprovação do moderador (euzinha). Quer falar bem, falar mal, fique à vontade. Só não vale xingar a mãe (pelo menos não a minha -a sua pode), até por uma questão de bom senso.

Porque censura é coisa de ditadura e eu não preciso disso não. Quer dizer, nesse caso aqui ditabranda total, porque não me lembro de nenhum que eu não tenha aprovado. E sei que é mais interessante comentar e já ver bonitinho lá, de imediato, logo abaixo do post.

Por enquanto é isso. Bem provável que eu volte ainda hoje.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Post de sexta-feira

E tem horas que este espaço aqui parece imenso, e que nunca vou conseguir preenchê-lo -um verdadeiro desafio. Em outros, tenho vontade de escrever tantas coisas, que teria que colocar um post de meia em meia hora para dar conta de tudo.

Hoje foi um dia desses de querer postar sobre qualquer coisa. Andando na rua, tudo me parecia motivo para texto. Infelizmente não dava para parar e anotar cada pensamento, cada historinha instantânea que se formava a cada visão, a cada esquina.

Eis que me sento aqui na frente do computador e essa inspiração toda some. Tudo o que pensei em escrever durante o dia simplesmente desapareceu. Ficou lá fora na rua com os barulhos, pessoas estranhas e (maus) cheiros da cidade.

Aqui dentro, silêncio, paz. E ao mesmo tempo saudade de uma época em que as noites de sexta-feira significavam ir para a rua ver gente, ouvir boa música e outras coisas mais. Mas para hoje, só este post um tanto sem sentido mesmo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Histórias de todo mundo

Um dia ela resolveu viajar. Gostaria que ele tivesse ido junto, mas ambos sabiam que não dava. Ela foi reencontrar o passado. Precisava.

E voltou apaixonada -por outro.

Um amor antigo, com um "quê de pecado", como diria Djavan. Quando voltou, carregava uma foto dele na carteira. Piegas assim. "É apenas um bom amigo". Ele não acreditava, mas não podia contestar porque a essa altura também já tinha segredos. E ela sabia de todos. Conhecia e aguentava pois também guardava os seus.

Tentaram resistir às paixões externas e foram se afundando cada vez mais num relacionamento frio e sem nenhuma graça. Até que ela resolveu colocar um ponto final. Ele não aceitou. Ela deu um tempo para que ele se acostumasse com a ideia. E então ele colocou seu ponto final. Porque se era ele, então podia.

Ela jogou toda a culpa nele, fez drama, chorou por toda uma tarde. Ele chorou também, mais por culpa do que por sentimento. Ou talvez, mais por fingimento do que por qualquer outra coisa.
Ela riu por dentro, mas por fora ainda chorava. Saiu de lá com um abraço distante e foi cada um viver sua vida.

Melhor assim.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Escolhas [ou "should I stay or should I go?"]

Num dia você não consegue enxergar um único lugar por onde ir. Não vê saída, simplesmente fica sem perspectivas. E de repente, força um pouquinho para abrir os olhos e vê tantos caminhos que simplesmente não sabe qual deles seguir.

E descobre que optar por um deles é abrir mão dos outros. Depois de lutar por todos, quer o melhor de cada, mas não pode. É tudo ou nada. Vai ter que escolher um pra continuar batalhando e seguindo.

Também não pode ficar parado. Aliás, é a única coisa que não pode. Até voltar atrás é permitido, mas ficar parado, não. Isso não. Não há tempo para pensar. Não adianta querer que o mundo espere uns dias até você decidir -não vai acontecer.

O melhor caminho? Nunca se sabe. Razão? Intuição? Uni-duni-tê? Faça sua aposta, a vida é mesmo um grande jogo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Tapa-buraco

E de sexta-feira 13 (data do post anterior) pula pra segunda-feira 23. É, as vezes não tem assunto mesmo. Ou tem, mas coisas que não devem ser tornadas públicas -ao menos não por enquanto. Aí a gente se cala pra não acabar falando demais.

Tem muitas coisas que eu queria escrever aqui hoje. Sérias, engraçadas, desabafos, planos para o futuro. Histórias minhas e dos outros (é, mas prometi segredo). Podia também escrever sobre o que tenho feito esses dias todos, mas sinceramente não estou afim de dividir isso com todo mundo. Talvez nos posts seguintes...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sexta-feira 13

Ok, não ligo pra isso. Como revelei hoje pra empregada e ela ficou me olhando, espantada: já até voei [de avião, obviamente] em sexta-feira 13 e to aqui, vivinha. Dia de avião cair é qualquer dia.

Mas pra essa sexta-feira, só andei de ônibus. E nenhum pneu furou, o motor funcionou e a embreagem também. Ao menos até meu destino, depois, não sei. Mas aí é a sexta-feira 13 dos outros.

Teve um dia que quebrou. Quarta-feira 11, eu acho. E eu gosto dos dias 11, provavelmente por -num outro mês- ser o dia do meu aniversário. Mas o ônibus em que eu estava nesse dia quebrou. Tá, desci e peguei o seguinte. Atrasei alguns poucos minutos, mas sem problemas, porque a pessoa que fui encontrar se atrasou também. E o ônibus dela nem tinha quebrado.

E eu queria ter pego um avião nesta sexta-feira 13. Queria ter ido pro único lugar em que eu queria estar agora. E teria pego, feliz, e teria chegado, viva, inteira. Não, teria chegado pela metade, mas a essa hora já estaria refeita. Completa, inteira.

Mas amanhã é sábado 14 e a saudade continua.

terça-feira, 3 de março de 2009

A dor dos outros

Hoje eu estava navegando por aqui e encontrei um blog que diz tudo. Tudo o que eu precisava ouvir, mas infelizmente não daquela pessoa. E o comentário que o seguia era mais incrível ainda, era o que eu provavelmente responderia depois de ter lido um post daqueles pra mim.

Deveria colocar o link aqui, pra que todo mundo entendesse do que eu estou falando, mas seria revelar demais. Então coloco um trecho, o final: "Confia em mim: espere pela primavera. A neve sempre derrete amanhã. Deixe o amanhã chegar porque o amanhã vai ser melhor. Vai sim: se você deixar." (Fernando T).

Temos uma diferença de tempo. Ditas, ou escritas, hoje, eu já não acreditaria mais. Mas se tivessem acontecido no tempo certo, a história seria bem outra. Como me fizeram falta, como eu esperei algo desse tipo...

E é incrível perceber que embora cada um reaja de um jeito, o sofrimento é o mesmo -que sob um certo ângulo todas as dores de amor são iguais. A diferença é em quem ela doi. E que ela -a dor- sempre vai embora, por mais infinda que pareça.

Se por um novo amor ou não, não importa. Uma hora ela acaba. E na hora certa, depois que já sofremos tudo o que tínhamos pra sofrer, depois de descobrirmos quem é de fato a pessoa que nos fez sofrer. Que, falsidades e mentiras à parte, somos nós mesmos.

Pois bem, minha primavera chegou, e tudo o que eu quero agora é ver a neve derreter. No sentido literal, desta vez.

(E sabem, pensando bem, acho injusto escrever sobre um blog que me motivou a escrever um post sem citá-lo. Então, mesmo que seja informação demais, aqui está: Fantástica Fábrica de Barulho.)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Insônia

Óbvio, proporcional à quantidade de coisas que você tem que fazer no dia seguinte. Se conseguir acordar para tal, já que passou a noite em claro e só foi dormir aos primeiros raios de sol. Se ainda tiver ânimo e vontade, depois de todas as besteiras que passaram pela sua cabeça durante toda a madrugada.

Mas tudo é só um "bicho-papão" -que não vai me fazer desistir agora. Eu sou mais forte e eu posso mais. E não nadei até aqui pra morrer na praia. Ok, eu e meus clichês. Desta vez vai ser diferente.

Ou não. Talvez eu me entregue e continue a achar que a vida é assim mesmo e que nada nunca vai dar certo. Por enquanto só preciso dormir.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

De como (não) fazer malas

Nunca ouvi falar de alguém que gostasse de tal tarefa. Já vi quem não se importe em fazer, mas gostar do ato em si...

Claro que tem toda a expectativa da viagem, ansiedade e tudo o mais. Enquanto coloco cada peça de roupa imagino as situações em que posso usá-la, as cenas que podem acontecer. Mas definitivamente, escolher qual vai e qual fica não é nada agradável.

Eu tenho um método (creio que o pior de todos, mas não consigo fazer diferente por mais q tente). Separo TODAS as peças que gostaria de levar. Calculo o tempo que ficarei e o tamanho da mala. Então parto pra eliminação. E durante a estadia fora vou me lembrando dos motivos que me fizeram deixar de fora aquela blusa rosa que ficaria perfeita agora, a calça jeans que estou precisando ou a rasteirinha de pedrinhas. Alguém pode me mandar por sedex?

E por Deus! O que eu tinha na cabeça quando resolvi trazer esta azul ou aquela outra vermelhinha? E esse sapato então, céus! Onde eu imaginava usar isto? Veio só pra ocupar espaço...

Ao menos mala de praia não tem muito o que errar. Biquínis, cangas e afins. E a maioria ocupa pouco espaço, sempre dá pra "errar" um pouquinho. Pior mesmo é ir para lugar frio, quando cada casaco ocupa um terço da mala. Ou cada bota ou cada cachecol. Não é o caso agora.

Só sei que preciso aprender.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Eu devia era falar de carnaval

O estatuto do idoso garante vários direitos às pessoas da terceira idade. Quem trabalhou a vida toda por um futuro melhor para os filhos e netos e blablablá. Mas não vou escrever aqui um poeminha à la Pedro Bial.

Dia desses, fui a uma casa lotérica pagar uma conta. Estava cansada e com fome, mas fiquei lá na fila um bom tempo. Quase na minha vez, quem chega? Uma senhora toda bonitona, provavelmente havia acabado de sair do salão de beleza (direito dela à vaidade, concordo plenamente) e entra na frente de todos da fila. Nas mãos, um bilhete de jogo da Mega Sena ou qualquer outro semelhante. Ok.

Cena 2. Você, depois de um dia de trabalho exaustivo, consegue finalmente entrar no ônibus. E consegue aquele único lugar pra se sentar. Com uma observação: assento reservado (...) na ausência dessas pessoas o uso está liberado (qualquer coisa do tipo). E no ponto seguinte entra quem? A velhinha bonitona. Você é obrigado por lei a ceder seu lugar à distinta dama. E pela conversa com a amiga também bonitona que a acompanha, você logo percebe o destino de ambas: algum desses bailes da terceira idade.

Acho mesmo é que eles têm mais é que aproveitar a vida mesmo, sair, dançar, viajar, praticar esportes, tudo isso de maneira digna. Na maioria dos casos, realmente trabalharam muito durante a vida toda mesmo, mas têm alegria de viver e muita disposição pra tudo isso -muito mais do que um jovem que trabalhou o dia todo e não vê a hora de chegar em casa e finalmente descansar.

A culpa não é deles. Se o povo tivesse educação como um todo, não seria necessário marcar assentos ou tornar obrigatória a "furação de fila". Seria natural dar o lugar a alguém que percebêssemos que realmente precisa. E mais justo. Mas esse não é um blog educativo -e acho que eu seria processada se tivesse escrito o que realmente tive vontade.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Primeiro amor

Amanhã tem almoço de aniversário na casa de uma antiga amiga da família (e se ela ler usei este adjetivo, certamente vai brigar comigo). Fato é que a conheci no começo da minha adolescência, não me lembro exatamente quando. Ela e os filhos, um casal.

Lembro-me que o menino era dois anos mais velho que eu (ainda deve ser, obviamente). E que eu ficava toda tímida na presença dele, porque além de sermos ainda praticamente crianças, os "encontros" eram sempre na presença da família toda, o que me fazia ainda mais envergonhada.

E apesar de ser um interesse correspondido, não aconteceu. Nunca passou de alguns elogios de um por parte do outro a terceiros, e de alguns poucos olhares trocados, assim, de bobeira, por nada, até que seguimos caminhos diferentes e nunca mais nos encontramos.

Ouvi dizer que está ainda mais lindo, casado e que agora tem um bebê recém-nascido. Talvez eu os veja amanhã, assim espero. Torço para que ele esteja bem. E que a esposa seja realmente linda e o bebê idem, além de saudáveis. E que eles sejam felizes juntos. É só curiosidade mesmo.

Porque só os amores que não acontecem duram para sempre.

Em tempo: eu vou MORRER de vergonha se algum dos envolvidos passar por aqui. #)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

De segunda a segunda

Porque agora consigo enxergar novamente cores nos meus dias.

Posso reclamar da segunda porque é o dia da preguiça (embora muita gente saiba que as adoro exatamente por representarem um começo).
Na terça, perceber o quanto somente esta semana está demorando a passar. Toda terça.
Quarta, ficar feliz porque já estamos na metade do caminho.
E quinta, que delícia! Começar a combinar coisas porque o fim de semana já está quase aí.
Sexta, sair com a turma, conhecer gente nova, reencontrar amigos, ouvir boa música -melhor ainda se for na presença de um chope gelado. Ou dois. Ou mais, quem sabe?
Sábado tudo isso de novo, ampliado. E desta vez com direito a dança.
E domingo... reencontrar o conforto de casa na companhia de pessoas queridas. Descansar, ficar de bobeira, falar ao telefone por horas com quem está distante.
Pra segunda -já caindo no óbvio- começar tudo de novo, e melhor.

E tenha uma excelente sexta-feira! [e sábado e domingo e assim vai]

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cartola

Amo desde a primeira vez que ouvi, se não me engano na voz de Marisa Monte. Já faz bastante tempo [ela gravou em 88] e ainda faz sentido demais para mim:

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver a água dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...

"Preciso Me Encontrar" - Candeia/Cartola

É, acho que não preciso dizer mais nada. Mas tá quase... ;)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Pra hoje, o que temos?

Nada.

A inspiração não veio, não descobri nem entendi nada mágico, não fiquei quase presa em nenhuma enxurrada. O máximo que me aconteceu foi uma barata voadora entrar pela janela do quarto. Mas isso não rende um post -não num dia sem inspiração.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sobre as atrações paulistanas (!)

Há algum tempo me dei conta de que estou em São Paulo há mais de um ano e ainda conheço muito pouco dos lugares que pessoas que vem passar uma semana aqui conhecem. Assim, resolvi ir, sozinha ou acompanhada, ao Masp, ao Museu da Língua Portuguesa, à Pinacoteca e outros. Falta ainda (imperdoável) o Parque do Ibirapuera e alguns outros pontos que pretendo em breve. Outra coisa de que gosto muito e que até então conhecia apenas dois ou três eram os barzinhos e baladas. É do que estou cuidando no momento, mas é assunto pra outro post (ressaltando que boa companhia é sempre bem vinda!).

Resolvi também também assistir a um ensaio técnico das escolas de samba. Blusinha de alcinha pra não deixar marca de sol, bermudinha e rasteirinha, lá vou eu [de ônibus] pro tal do sambódromo. O calor estava matando, mas de repente o tempo fechou e em questão de minutos começou a chuva. Daquelas.

Pois bem, o digníssimo ônibus, depois de me deixar meia hora plantada no ponto -literalmente no sol e na chuva- resolveu passar, e eu, já encharcada, subi. Ainda perto de casa, pelas janelas embaçadas, eu e os demais passageiros víamos a água subir. Em determinado ponto, quase entrando na banca de revistas -a mulher ao lado fez questão de me mostrar.

Até que, num determinado cruzamento, o motorista achou que não conseguiria passar. Mas ele ia tentar. Eu, como sempre no Mundo de Bob (que se alguém vive no mundo da lua e não sabe do que se trata, é um desenho em que um personagem infantil cria as histórias mais absurdas em sua cabeça tiradas de coisas cotidianas), já comecei a me imaginar no meio da enxurrada, o "Globocop" me filmando com imagens transmitidas ao vivo para o SP-TV.

E a mochila? Como de lá talvez fosse pra uma das tal baladas, dentro dela estavam: minha calça e sandália favoritas, câmera digital com fotos ainda não passadas pro computador, maquiagem e os devidos cremes pra antes de dormir (demaquiante/hidratante), já que ia dormir na casa da amiga -sem contar dinheiro, documentos e tudo o mais. E eu já imaginando aquilo tudo encharcado e perdido. E a escova no cabelo, claro! (Que foi a única que se perdeu de fato, ou: "entre mortos e feridos, salvaram-se todos".)

Sei que em meio ao meu desespero (sem exagero agora!) percebi que eu não era a única. Duas moças pediram que o motorista abrisse a porta do lado esquerdo do ônibus (pra quem não sabe, aqui eles têm portas dos dois lados por causa dos corredores de ônibus, em que se utiliza a da esquerda) pra descer no meio da rua -portanto, da enxurrada. Quando vi, saltei por cima da moça ao meu lado e voei atrás das duas. Com o coração acelerado e sem ter tempo nem para abrir o guarda-chuvas, atravessamos as três para o outro lado da avenida e pegamos o mesmo ônibus, no sentido contrário. Já em casa e seca, demorei pra me refazer do susto -ou talvez não tenha me refeito até agora e por isso precisei escrever aqui.

De todas as "atrações" paulistanas, definitivamente estar numa enchente é uma que não quero conhecer.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Feliz renovação!

Passei a virada do ano de roupa nova - e branca - como dizem que tem que ser. Mas confesso que não acredito em nada dessas coisas como comer não sei quantas uvas, guardar sementes de romã ou pular as tais sete ondas. Até faço quando tenho oportunidade, mas mais pela diversão -algo como um estrangeiro que acompanha a tradição local mesmo sem saber ao certo seus significados.

Sinceramente, não consigo acreditar que o que eu faça exatamente à meia-noite possa comandar o que e como as coisas acontecerão durante todo um ano da minha vida, e, consequentemente, toda ela. Até porque, comemoramos aqui a meia-noite considerando o horário de verão, que é uma convenção dos homens e não dos astros, mas isso seria assunto para outro post.

E hoje, alguém, ao me desejar "Feliz 2009", falou em "renovar esperanças". Então eu entendi.