Há algum tempo me dei conta de que estou em São Paulo há mais de um ano e ainda conheço muito pouco dos lugares que pessoas que vem passar uma semana aqui conhecem. Assim, resolvi ir, sozinha ou acompanhada, ao Masp, ao Museu da Língua Portuguesa, à Pinacoteca e outros. Falta ainda (imperdoável) o Parque do Ibirapuera e alguns outros pontos que pretendo em breve. Outra coisa de que gosto muito e que até então conhecia apenas dois ou três eram os barzinhos e baladas. É do que estou cuidando no momento, mas é assunto pra outro post (ressaltando que boa companhia é sempre bem vinda!).
Resolvi também também assistir a um ensaio técnico das escolas de samba. Blusinha de alcinha pra não deixar marca de sol, bermudinha e rasteirinha, lá vou eu [de ônibus] pro tal do sambódromo. O calor estava matando, mas de repente o tempo fechou e em questão de minutos começou a chuva. Daquelas.
Pois bem, o digníssimo ônibus, depois de me deixar meia hora plantada no ponto -literalmente no sol e na chuva- resolveu passar, e eu, já encharcada, subi. Ainda perto de casa, pelas janelas embaçadas, eu e os demais passageiros víamos a água subir. Em determinado ponto, quase entrando na banca de revistas -a mulher ao lado fez questão de me mostrar.
Até que, num determinado cruzamento, o motorista achou que não conseguiria passar. Mas ele ia tentar. Eu, como sempre no Mundo de Bob (que se alguém vive no mundo da lua e não sabe do que se trata, é um desenho em que um personagem infantil cria as histórias mais absurdas em sua cabeça tiradas de coisas cotidianas), já comecei a me imaginar no meio da enxurrada, o "Globocop" me filmando com imagens transmitidas ao vivo para o SP-TV.
E a mochila? Como de lá talvez fosse pra uma das tal baladas, dentro dela estavam: minha calça e sandália favoritas, câmera digital com fotos ainda não passadas pro computador, maquiagem e os devidos cremes pra antes de dormir (demaquiante/hidratante), já que ia dormir na casa da amiga -sem contar dinheiro, documentos e tudo o mais. E eu já imaginando aquilo tudo encharcado e perdido. E a escova no cabelo, claro! (Que foi a única que se perdeu de fato, ou: "entre mortos e feridos, salvaram-se todos".)
Sei que em meio ao meu desespero (sem exagero agora!) percebi que eu não era a única. Duas moças pediram que o motorista abrisse a porta do lado esquerdo do ônibus (pra quem não sabe, aqui eles têm portas dos dois lados por causa dos corredores de ônibus, em que se utiliza a da esquerda) pra descer no meio da rua -portanto, da enxurrada. Quando vi, saltei por cima da moça ao meu lado e voei atrás das duas. Com o coração acelerado e sem ter tempo nem para abrir o guarda-chuvas, atravessamos as três para o outro lado da avenida e pegamos o mesmo ônibus, no sentido contrário. Já em casa e seca, demorei pra me refazer do susto -ou talvez não tenha me refeito até agora e por isso precisei escrever aqui.
De todas as "atrações" paulistanas, definitivamente estar numa enchente é uma que não quero conhecer.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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4 comentários:
pois eh, flor...e lah se vai mais uma tentativa de ver o desfile da escola de samba, tou achando q essa vaivai tah benzida, vamu torcer por outra escola de samba, mulher!!!
bjs
Eu conheci uma SP na qual eu circulava a pé, com uma máquina fotográfica, tele 70~300, e uma mala cheia de coisas do ramo... durante toda uma madrugada e nada de ruim acontecia... havia uma garoa, não uma enchente... havia gente amiga, não assaltantes sequestradores... havia uma vida, e muitas alegrias... a gente sonhava e realizava... e essa mudança para o que temos hoje não se fez presente no dia-a-dia das pessoas que não reagem... vô linká! Bj.
Olha, amiga! Tô começando a achar que o esquema é vc ir até o Rio assistir ensaio de escola de samba de lá, hein! Se precisar de companhia, me chame. Bjo
Em tempo: merecia uma foto pra ilustrar, mas na hora eu REALMENTE não pensei nisso... rs
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